domingo, 27 de setembro de 2009

Barroco Mineiro

O surgimento de uma arquitetura brasileira.

Foram os bandeirantes paulistas, desbravadores das terras mineiras, que começaram a explorar o ouro e fundaram os primeiros arraias da região. É familiar a todo estudante de História do Brasil o episodio da bandeira de Fernão Dias Pais, “ O Caçador de Esmeraldas”. Mais foi um paulista de Taubaté, Antonio Dias, que em 1698 chegou a região onde hoje está Outro Preto.
A partir da expedição de Antonio Dias e, mais tarde, do estabelecimento de um caminho entre Minas Gerais e Rio de Janeiro, as mais diversas pessoas procuram as terras das minas em busca de pedras e metais preciosas. Com isso, os vilarejos cresceram muito, Vila Rica, Mariana, Sabaá, Congonhas do Campo, São João Del Rei, Caeté, Catas Altas começaram a desenvolver-se e a construir seus primeiros edifícios importantes.

A arte Barroca em Ouro Preto
A evolução da arquitetura mineira não foi rápida. A principio, tentou-se utilizar Omo técnica construtiva a taipa de pilão, um processo tipicamente paulista. Mais não deu certo por causa do terreno duro e pedregoso, pouco favorável ao fornecimento de terras argilosas. Depois, paulistas e portugueses, tentaram outro processos até chegarem às construções com muros de pedra.
Porém, essas construções de pedra foram surgindo lentamente. Enquanto isso, o que se usava mesmo era a taipa de pilão, que não permitia aos construtores projetar espaços muitos complexos. Assim, as construções constituíam-se de paredes paralelas, que criavam interiores retangulares, com muros lisos, sem as sinuosidades tão comuns ao estilo barroco.
A igreja de Nossa Senhora do Pilar de Outro Preto, por exemplo, ainda foi construída com taipa. Por esse motivo, para que pudesse receber de modo mais adequado sua rica decoração, foi necessário remodelar seu espaço interior. Assim, o artista português Francisco Antonio Pombal, em 1736, revestiu internamente as velhas paredes da igreja, de tal maneira que estabeleceu uma plana original. Sobre esse projeto: entalhadores, escultores, pintores e douradores criaram um dos interiores da igreja mais ricos do Brasil.

O Barroco no Brasil

O Barroco desenvolveu-se plenamente em nosso pais do século XVIII até o inicio do século XIX. Nessa época, na Europa, os artistas há muito tempo haviam abandonado esse estilo e a arte voltava-se novamente para os modelos clássicos.
No Brasil, esse estilo é claramente associado à religião católica: por todo o país, há inúmeras igrejas construídas segundo os princípios barrocos. Há, porém, muitas outras construções – cadeias, câmeras municipais, morada de pessoas ilustres, chafarizes, etc – que apresentam nítidas características barrocas.
Podemos apontar duas linhas diferentes no Barroco brasileiro. Nas regiões enriquecidas pelo comercio de açúcar e pela mineração como Minas Gerias, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco, encontramos igrejas com trabalhos de relevo em madeira – as talhas – e portadas decoradas com esculturas, em geral feitas de pedra-sabão. Já nas regiões onde não havia nem açúcar nem ouro, a arquitetura teve feições mais modestas.

O Barroco na Espanha

Pintura
Entre os pintores mais representativos do Barroco espanhol estão El Greco e Velázquez, cujas obras revelam características bem peculiares a cada um deles.

El Greco a verticalidade da pintura
As obras de El Greco apresentam uma característica que marca suas pinturas: a verticalidade das figuras. Isso pode ser observado, por exemplo, em O enterro do Conde de Orgaz, A ressurreição de Cristo, São Martinho e o pobre Espólio, pintado para a catedral de Toledo.
As figuras esguias e alongadas de El Greco superam a visão humanista dos artistas do Renascimento italiano e recuperam o caráter espiritualista dos mosaicos e dos ícones bizantinos.


Velázquez: os rostos da nacionalidade espanhola

Velázquez (1599-1660) retratou as pessoas da corte espanhola do século XVII. Procurou registrar também, em seus quadros, os tipos populares do seu país, documentando o dia-a-dia do povo espanhol num dado momento da história.
Entre as suas obras que retratam a vida diária das pessoas simples estão A velha cozinheira e O aguadeiro de Sevilha. Em ambos os quadros, o artista usa tons escuros para o fundo, deixando expostos à luz os objetos cotidianos das pessoas que quer valorizar.

Na velha cozinheira fica evidente a intenção de expor os objetos cotidianos da senhora que prepara uma refeição. Os tons escuros do fundo a destacam bastante pelo contraste com sua blusa avermelhada e o lenço branco sobre a cabeça.

O Barroco na Espanha

Arquitetura

Uma das expressões do Barroco espanhol está presente nas portadas dos edifícios civis e religiosos decoradas em relevo. Esse traço da arquitetura barroca espanhola pode ser observado, por exemplo na fachada da catedral de Santiago de Compostela, situada na Galicia, noroeste da Espanha.




Fachada da catedral de Santiago de Compostela, na provincia de La Coruña, Espanha.


Esse edifício teve sua construção iniciada por volta de 1075, segundo as normas do estilo romântico. Entretanto, nas primeiras décadas do século XVII, sua fachada principal recebeu uma profusão de elementos decorativos que seguiam a tendência do estilo barroco, então predominante na época.


Porem podemos consideras como mais completo exemplo da arquitetura religiosa do Barroco espanhol a basílica de Nossa Senhora do Pilar, em Saragoza, nordeste da Espanha.
O projeto geral dessa igreja, o arquiteto Francisco de Herrera, o Moço (1622-!685), começou a ser edificado em 1681. Durante a construção, porem, a pedido dos religiosos que dirigem a obra, outros artistas interferiram no projeto inicial. Apesar disso, ao término da construção em 1765, a basílica manteve certa unidade de estilo e é considerada uma das jóias mais do barroco espanhol. São característicos de sua parte externa uns conjuntos de cúpulas recobertas pro elementos decorativos e quatro torres dispostas simetricamente, uma em cada ângulo da planta retangular do conjunto arquitetônico.

Vermeer

Vermeer: a beleza delicada da vida cotidiana

Diferentemente de Rembrandt, Vermeer (1632-1675) trabalha os tons expostos à claridade. Seus temas são os da vida privada e dos costumes da Holanda seiscentista. Seus quadros como: A leiteira, A pequena rua, Moça com brinco de pérola, A rendeira e a mulher lendo uma carta documentam com uma beleza delicada os momentos da vida cotidiana.
Em moça com brinco de pérolas (imagem abaixo), toda atenção do observador concentra-se na expressão do rosto da figura feminina. Esse efeito é obtido pela posição dos olhos e dos lábios entreabertos da moça, que parecer querer dizer alguma coisa a quem a olha. Além disso, as cores empregadas na pintura da moça e a ausência de cenário que a contextualize fazem dela o próprio tema da obra.




Moça com brinco de pérolas (1665-1666), óleo sobre tela de Vermeer. Acervo do Museu Maurit

Rembrandt

Rembrandt: a emoção por meio da gradação da claridade

Quando admiramos a pintura de Rembrandt (1606-1669), reconhecemos estar diante de um dos maiores artistas no domino da luz. O que dirige nossa atenção em seus quadros não é propriamente o contraste entre a luz e sombra, mas a gradação da claridade, os meios-tons, as penumbras que envolvem áreas de luminosidade mais intensa.


Sua pintura mais famosa é A lição de anatomia do Doutor Tulp ( imagem acima ). Nessa tela Rembrandt parece surpreender o professor e os estudiosos em plena atividade de dissecação. Se observarmos bem o quadro, podemos notar que são o trabalho do pintor com a penumbra – que indefine os espaços – e o uso que faz da luz – intensa no corpo do cadáver e amenizada no rosto atento e curioso dos ouvintes – que estabelecem o clima de descoberta e de pesquisa que a cena representa.

Algumas outras obras de Rembrandt:
1- 2- 3-


1- Os negociantes de tecidos
2- Mulher no banho
3- A ronda noturna

Hals: a importância da iluminação

A obra de Frans Hals (1581-1666) passou por uma evolução no domínio do uso da luz e da sombra. De inicio, predominam os contrastes muito fortes; depois, surgem os tons suavemente graduados; por fim, um equilíbrio seguro da iluminação.
Do conjunto de sua obra fazem parte inúmeros retratos individuais e alguns de grupos, que registram a fisionomia e os hábitos das pessoas mais ricas do século XVII. Entre os retratos individuais estão O alegre bebedor e o Retrato de Isaac Abrahamasz. Entre os retratos de grupos, destaca-se a obra Oficiais da Guarda Civil de Santo Adriano em Haarlem.



Oficiais da Guarda Civil de Santo Adriano em Haarlem (1627), pintura de Frans Hals. Dimensões: 1,83 m X 2,66 m . Museu Frans Hals, Haarlem.


Nessa obra de Hals, a iluminação é trabalhada de tal forma que torna mais claro toda a composição. Até as zonas de sombra são penetradas de luz. Alem disso, é admirável o modo como Hals agrupou as figuras sem lhes dar uma postura rígida, chegando a as semelha-se a um instantâneo fotográfico. As golas, as faixas e os chapéus parecem sugerir o ritmo próprio dos participantes de uma comemoração. Observando a pintura é impossível negar que se trata de uma reunião festiva.